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11.27.2017

Chorou que se fartou, mas recomendo o espectáculo.

Nunca pensei vir a escrever um post sobre um espectáculo onde tivesse ido com a Irene e onde ela tivesse chorado imenso no final. E, pior, recomendando que fossem.

Não que seja uma expert em espectáculos, mas já vi tanto os meus e de amigos com 14 pessoas, como o Cirque du Soleil em Las Vegas. Sinto que há aqui um espectro que poderá ser interessante para vos recomendar alguma coisa - tendo em conta os meus gostos, claro. Eu gosto de comer massa crua, por exemplo (até ter partido um dente), vale o que vale.

Fomos ao Bela e Monstro no Gelo no Alegro de Alfragide e gostei. Gostei por ser tudo tão diferente de alguma coisa que já tivesse visto. Nem na Disney me lembro de ter visto algo tão compostinho. A escala é diferente, bem sei, mas deixa-me feliz saber que há algo tão giro e bem feito, tão pertinho de nossa casa - ainda por cima. 

Eles cantam - e cantam bem - os fatos são fantásticos, a história está bem contada, patinam todos no gelo (há espaço ainda para uma coreografia fantástica de um patinador profissional que faz magia num pista tão pequena), ficamos envolvidos com as personagens, às vezes a acção muda de palco... 

Como a Irene tem três anos apenas, fui preparada para explicar a parte em que o Monstro é apunhalado pelo marido prometido da Bela. Expliquei que tinha sido um susto e que o Monstro estava a recuperar. Quando apareceu em modo príncipe, disse-lhe que o Monstro tinha ido ao cabeleireiro e que, agora, com o pêlo cortadinho a Bela já não tinha nenhum medo dele. 

E foi aqui. No fim. No fim que a Irene desatou a chorar. Chorou. Chorou porque queria que o Monstro ficasse Monstro para sempre. Com algum cansaço acumulado do dia (fomos à sessão das 18h), também se tornou mais difícil que não entrasse em loop, mas é curiosa a reacção.



A Irene não queria que o Monstro deixasse de ser Monstro. 

Giro. Ou foi porque gostou do Monstro e assim o "Monstro" foi embora com tudo o que representava para ela - hoje em dia há muitos livros e desenhos animados que fazem com que os monstros não metam medo. 

Outra interpretação - com psicologia em cima - terá que ver com a tendência com que todos tempos para catalogar coisas. O Monstro para ela poderia ter a representação do mal e o mal transformando-se em bem implica um raciocínio bem mais complexo do que uma mera separação ou até uma mera dicotomia da realidade: bom e mau, benfica e sporting, direita e esquerda...  

Assim que houve oportunidade foi-lhe explicado novamente - como já vos tinha dito aqui que faz parte dos meus planos - que o bom e o mau fazem parte da mesma pessoa. Que todos somos tudo. Que não há Irene má, há a Irene. Que a mãe, quando parece má, continua a ser a mãe que ela adora. 

Que as pessoas que parecem só más também têm coisas boas, que as pessoas que parecem só boas também têm coisas más. Que nem é tudo estanque. Que nem tudo é comentável rapidamente num blog cuspindo a sensação mais imediata que se tenha no coração por dor ou cansaço. 

Somos tudo. 




A história da Bela e do Monstro com tudo o que as histórias de princesas têm de bom e de mau (lá está), ajudou a dar e a materializar um óptimo exemplo para ensinamento da Irene. É para isso que somos uma equipa, certo? :) Para ir ensinando, descondificando...

Recomendo o espectáculo. Vivamente. Gostámos muito de ir. :) Agora brincamos muito à peça, a fingir que patinamos. 



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11.24.2017

Não pedia tanto.


Não pedia tanto. 
Aliás, nem pedia, nem pedi. 
Depois de te decidir, não esperei nada de ti. Apenas de mim. 
O peso da barriga era equivalente ao peso em cima de mim, dos meus ombros, das minhas costas. Tudo tenso à espera do primeiro momento para falhar e para me culpar. Pronta para, mais uma vez, dramatizar o negativo e relativizar o positivo. 

Não pedi nada. Há algo em muitas de nós que não nos faz sentir merecedoras disto.
De um amor que cresce em nós e que, depois, nos abraça. 

Nunca pensei. Nunca tentei imaginar como serias. Nunca consegui visualizar o quer que fosse. Porque não consigo, porque não sou capaz e ainda bem. 


Tendo vindo a amar-te aos bocadinhos. Nunca conseguiria aguentar com este amor todo depois do nosso parto. Tenho de o saborar assim, aos poucos. Conforme vou conseguindo.


Mas tu, tu desfazes-me. Tu e as tuas palavras e a autenticidade dos teus gestos e sentido de oportunidade.

Tu que ontem à noite me chamaste "porque tenho saudades tuas, mãe, fica aqui ao pé de mim". Tu que hoje de manhã me disseste "mãe, tenho saudades tuas". Tu, sua minorca de três anos, que me alteras aquilo de que julguei ser feita apenas com um toque, olhar ou palavra. 

Tu que não queres cortar o cabelo ou que fazes questão de misturar riscas com flores. Tu que queres as mãos do boneco direitas ou que não me deixas carregar no botão do elevador. Tu, minha pequena tudo, que mesmo sem me teres deixado dormir durante 3 anos, me colores as entranhas. 

Sinto que nunca nada chegará, mas o sentimento de poder tentar traz-me uma gratidão imensa nem que seja por te ouvir respirar quando me deito depois de ti. 

Não fui eu quem te deu vida. Foste tu. Minorca. 


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11.23.2017

A Maria já voltou a sorrir e a família também!

Temos tanta coisa a acontecer nas nossas vidas que, por vezes, é complicado conseguirmo-nos por no lugar dos outros, principalmente daqueles que poderão não estar tão perto da nossa realidade. Imaginem a quantidade de más notícias que se recebem e que atravessam a vossa realidade com toda a força e onde mais vos afecta : os vossos filhos, a vossa família.

Acordar em casa, sabendo que um elemento da vossa família precisa de tratamento e urgente para sobreviver, o pequeno-almoço, o vestir, o ir para o hospital… toda a família tem de se transformar em super-heróis para continuarem a viver e, se possível, com um sorriso de esperança. Com abraços que acalmem e aqueçam.

Já vos falei uma vez da Maria que já voltou a sorrir. A Maria, um dia, ficou doente e, para ficar boa, teve de ir para um hospital para longe de casa. Conheceu a Casa Ronald McDonald, perto do hospital, e assim a Mãe e o Pai da Maria ficaram com ela, sempre, por esta casa ser uma “casa longe de casa”, também por lá conheceu o Pedro. Podem conhecer a história completa de ambos em www.casaondeestaonossocoracao.pt .




Entre 24 e 26 de Novembro, podem ajudar estas famílias com crianças em tratamento hospitalar, pedindo um McMenu em qualquer restaurante McDonald’s. Por cada McMenu, a McDonald’s contribui com 25 cêntimos para apoiar a Fundação Infantil Ronald McDonald.

Se preferirem fazê-lo de outras formas, podem sempre ver aqui como poderão fazê-lo.


A Fundação Infantil Ronald McDonald surgiu em Portugal há 17 anos e tem como objectivo  contribuir para o bem-estar das crianças e das famílias é, também, uma IPSS. Os principais espaços da fundação são as casas Ronald McDonald de Lisboa e do Porto e também o Espaço Familiar Ronald McDonald no Hospital Santa Maria em Lisboa, ambos estes espaços aproximam as famílias e as crianças, contribuindo para um maior conforto e bem-estar numa altura que tanto precisam.

Há várias maneiras de ajudar, mas de certeza que nesta sexta-feira  e sábado ou domingo se vão lembrar desta oportunidade quando passarem por algum dos 160 restaurantes McDonald’s.


*post escrito em parceria com a agência de comunicação.



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11.22.2017

É difícil ser mãe sozinha, não é?

A Irene tem pai e avós, claro, mas no dia-a-dia, a logística de estar sozinha com ela é complicada. Também surgem muitas coisas positivas com o divórcio - senão não teria acontecido - mas há umas tantas que me têm esgotado muito também. 

Nada parece horrível porque é ela. E porque somos nós, mas a verdade é que há dias em que a energia desaparece e em que tudo parece mais cinzento. 

Fotografia Joana Hall


- ROTINA MATINAL

A ansiedade de manhã é maior. Sozinha tenho de me assegurar de tudo o que se passa ser feito com tempo e a horas. O pequeno-almoço tem de ser preparado, a miúda tem de estar arranjada e eu também me tenho de arranjar pelo meio. Já desisti de me maquilhar em casa, ligo a televisão enquanto tomo banho para me dar alguns segundos de descanso e ela toma o pequeno almoço no meu quarto para estar mais perto de mim e menos sozinha enquanto tomo banho. Claro que podia preparar o lanche no dia anterior (que inclui fazer um desenhinho para ela sorrir quando o for comer), mas raramente acontece. 

- CHEGAR À ESCOLA

Sou eu quem a levo e comigo o desprendimento é smais complicado do que quando era com o pai a levá-la. No meio de tudo isto é já tarde e tenho horas para picar o ponto no trabalho, embora gostasse de ficar lá mais tempo a brincar com ela. Tive de desistir do ginásio de manhã porque levá-la uma hora mais cedo para estar uma hora no ginásio a treinar e ainda tomar banho à pressa para vir trabalhar não estava a resultar para nenhuma das duas. 

- IR BUSCAR à ESCOLA

Não há cá "deixa ver se ele pode ir buscar hoje". Tenho de a ir buscar, quero ir buscar o mais cedo que puder, mas ser todos os dias a pessoa que tem essa obrigatoriedade, além de não ajudar nalguma flexibilidade no trabalho com tarefas e afins, é uma responsabilidade grandalhona. 

- TAREFAS DA CASA

Ter que, naquela hora ou horas que temos com eles de, pelo meio, arrumar a loiça, tratar da roupa, preparar o jantar, dar banho, dar a comida, comer, lavar dentes, história... 

- ADORMECER

Aquele ritual que, quanto mais cansadas estivermos, mais difícil é. Demora tanto meia hora como duas e, pelo caminho, a paciência vai diminuindo enquanto o sentimento de culpa aumenta. Temos de ser nós, não há outra hipótese. 

E isto é quando nenhuma das duas está doente ou se tem de levar trabalho para casa ou... 

Hoje estou muito cansada e tenho de pensar em "largar" rotinas antigas para incluir mudanças que me facilitem a vida, mas não consigo pedir mais nada à minha cabeça de momento.

Sinto-me feliz, grata, mas esgotada. Melhores dias virão em que não acordo a sentir que o meu corpo não parou de correr a noite toda...

Mães "sozinhas" têm truques? 



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11.20.2017

No chão é que é.

É esta a conclusão a que chego. Claro que há muitas brincadeiras que posso fazer com a Irene, mas nenhuma me deixa mergulhar tanto na cabeça dela e na fantasia dela como me sentar no chão a construir em conjunto. 

Cria-se uma ligação diferente e o tempo passa de outra forma. Nem damos por ele, desaparecendo pressas e obrigações. 

Mergulha-se. 

Os Mega Bloks da Fisher-Price são uns dos brinquedos que usamos para ter este tipo de momento. São brinquedos muito úteis para ajudar a desenvolver outras capacidades da Irene como a fantasia,  a imaginação, a motricidade fina ou até mesmo de vocabulário ou de cultura com a explicação da quinta e como funciona ou as letras e para que servem. 

E arrumar os Mega Bloks também pode ser giro se jogarmos ao "atira para a caixa". Consigo pôr a Irene com vontade de arrumar assim, mesmo que já seja final do dia. 

Aproveitem para ver o vídeo para conhecerem a minha sala de estar e, já agora, para nos verem às duas em movimento. Como é para vocês, o vídeo, deixei-me de formalismos e é o que somos. :)



*Post escrito em parceria com a Fisher-Price.





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11.16.2017

Um truque para eles não ficarem tão tristes quando os deixamos de manhã.

A Irene entrou o ano passado na escola mas, entretanto, já mudou de escola uma vez. Claro que todas as crianças são diferentes e os processos de adaptação também, mas a educadora da minha filha este ano (e metade do anterior) que é só... um anjo, sugeriu, para que a Irene não ficasse tão ansiosa, que a entregasse precisamente no início das actividades do quarto (nesta escola não há salas na infantil, mas quartos).

Despeço-me da Irene, antes dela entrar na sala e, quando ela entra, entra logo na lógica de ficar sentada a ler um livro ou de fazer um bolo, ou um teatro ou no passeio. 

A passagem do testemunho é muito mais fácil. Chora quase nada (quando chora) e a minha manhã começa sem um peso gigante nos ombros (por muito que nos façamos de fortes, aquela despedida seguida deles ficarem a chamar por nós, dói muito). 

Não deve dar para toda a gente. As horas mandam em nós e há quem - como eu - tenha de picar o ponto no trabalho, mas com os meus horários consigo.

Fica a dica, mesmo assim. Força para todas as mães que vão com o coração apertado deixá-los na escola... sei bem o que é. Muitos dias, mesmo muitos dias assim. Um dia passa.



 Outro truque que nos ajudou muito aqui

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11.14.2017

Os livros que me ajudam a ser melhor mãe.

Já a proposito de um post há uns tempos em que escrevi sobre as birras da Irene ou coisas que tenha aprendido com isto de ser mãe, deixei "no ar" que um dia iria escrever sobre os livros que me acompanharam na descoberta da minha voz e postura enquanto mãe. Tenho perdido vontade de ler sobre o assunto e, no meu caso, isso quer dizer que me sinto mais segura - é bom sinal. 

Li muitos livros menos bons até chegar a estes. Todos nos parecem excelentes quando sabemos pouco. De repente, comecei a construir as minhas opiniões e a escolher melhor o que combina comigo e sustenta o que me sai do coração: 




É o livro da minha GO que me ajudou desde o início até ao fim. Não vale a pena andar aí a picar muitos mais. É um resumo óptimo a todos os níveis. Pelo menos foi o que senti. 



Por acaso não sei com quem andará o meu ou "os meus", já que tenho mais do que um para emprestar. É o livro que se deve oferecer a uma recém-mae e pai. Explica muita coisa, desconstroi muita coisa e protege muito os nossos filhos das nossas angustias e ansiedades, salvando-nos também de muito. 




É uma continuação. Para mim, até porque os acompanhei quando sairam, vieram nesta ordem, mas poderão começar por qualquer um dos lados. A lógica da Consntaça é - digo eu - que a mãe só conseguirá abraçar se se sentir abraçada e se tiver braços.... Ler os dois é crucial.





Ajudou-me tannnnto este livro. Tanto. Li antes de ser útil, mas fiquei com tudo na cabeça. Agora sei como devo falar com a Irene para evitar conflitos desnecessários apenas por uma questão de linguagem, além de saber transmitir precisamente o que quero (dentro daquilo que controlo) verbalmente com ela. Abriu-me a mente para a importância da comunicação com os filhos (não fosse essa precisamente a minha área profissional). 



Recomendado por uma grande amiga psicóloga e que fez todo o sentido. Compreender como funciona a Irene para saber o que é dela, meu ou inerente à nossa espécie e necessidades. Parece-me um bom guia, tanto quanto eu consigo saber.


E claro...


O livro de um blog conhecido que retrata de forma bastante real os desafios e recompensas dos dois primeiros anos enquanto mães com humor à mistura. 


Também gosto muito de livros para a Irene que podem consultar nesta rubrica do Eu sou o Marcelo só que ninguém sabe



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11.13.2017

E porquê "a Mãe é que sabe"?

Bom dia a todas, já agora! Isto de escrever os posts na altura em que vou publicar é engraçado por haver esta sensação de "directo" que, em tempos, vivi no meu trabalho quando acordava malta. É giro! 

Bom, fizemos três anos na sexta-feira. A brincar, a brincar (que não é tão a brincar assim porque nos sai do pêlo) já passaram três anos e 2837 posts.

Começamos por ser três, com a Marta Cardoso que podem ver aqui com o magnífico Lucas aqui e entre mim e a Marta (podem ler tudo o que ela escreveu aqui), não se sabe bem quem terá tido a ideia para o nome. Eu acho que fui eu e ela acha que foi ela, mas tanto dá porque... a Mãe é que sabe. 

O nome deste blog, para mim - se calhar para a Joana Paixão Brás será por outro motivo e, para a Marta, ainda outro - faz sentido por causa da quantidade de bitaites que toda a gente dá sobre isto de ser mãe. Vivi uma altura muito complicada em que não me conseguia ouvir no meio de toda a minha insegurança e mesmo depois de ter sido acusada de não ter instinto maternal tentei continuar a batalhar para saber o que é que deveria fazer pela Irene para que ela fosse mais feliz - como se tivesse outra escolha. 

Ilustrações da Sara-a-Dias.


a Mãe é que sabe. 

a Mãe é que sabe e, quando não sabe, sabe o que há de fazer. Demora mais tempo ou menos, estando ela bem ou menos bem, feliz ou infeliz, mas a Mãe é que sabe. A mãe é que sabe a história quase toda (nunca ninguém sabe tudo) e, por isso, com o amor no peito, decide. 

Não há etiqueta no que toca a educação de crianças. A Irene ontem deitou-se mais tarde que "a hora", mas soube-lhe bem ir jantar fora tendo sido ela a propor. E facilmente - porque já estive do outro lado - poder-se-ia julgar que eu era negligente por ela estar a jantar tarde, já com algum sono. 

No meio de tudo isto, o dever da mãe - a meu ver que vale o que vale e, se calhar,lá está, só para mim e para a Irene - é informar-se. Depois da informação, qualquer decisão será válida se vier do peito, do coração. 

Tanto eu como vim a saber que a minha mãe (claro que não será coincidência) não nos arrependemos grandemente de decisões nossas porque, quando as tomamos, não sabemos mais nada além do que nos guia no momento. A única maneira de termos a certeza que é a melhor decisão (possível) é se for a que vem de um lugar de amor e paz.





Porque há decisões que tomamos por estarmos cansadas ou tristes ou zangadas, mas que não nos deixam tranquilas. Que, mais tarde, voltam para nos morder o esqueleto por não termos feito outra coisa. Paz. Tomemos as decisões conscientemente, com amor. 





Que amor mais belo e mais puro que o nosso pelos nossos filhos? Quem mais e melhor que nós é capaz de os amar? Sabemos. Sabemos olhando para os olhos deles, se precisarmos, o que está certo. Temos é que nos dar tempo para sentir. E silêncio. 

Se for preciso até deitarmo-nos com eles à noite só para os ouvir respirar. Muito se esclarecerá dessa forma. De dentro para fora, sem cabeça. Indo buscar o que há de mais... básico em nós. No escuro. Com a nossa cria ao lado, que respira e que foi feita em nós. 



Claro que o Pai também sabe, mas aqui falamos nós. Sobre nós. O que a Mãe sabe também vem do Pai. Do Pai dela, do Pai dos filhos, de todos os pais. Muito do que a Mãe sabe só surge sem dor se o Pai a fizer saber que é amada e que está tudo certo. 


Para mim, é daqui que vem o nome. a Mãe é que sabe e, quando não sabe, faz por saber. 



Parabéns a vocês todas e a nós, Joaninha que escrevemos mais de 2800 posts. 


- Obrigada, Marta, sabendo que ainda fazes parte do blog, mas agora da Arábia Saudita. :) <3 



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11.09.2017

Dá-me um desconto, filha.

A mãe nem sempre consegue lembrar-se do quão importante é fazer a transformação da Corujinha contigo. Às vezes digo-te que sim e nem ouvi o que disseste ou digo “que giro” a um desenho em vez de olhar.

Às vezes a mãe fica enervada por não lhe fazeres as vontades e nem sempre quando te apressa é mesmo assim tão necessário estar a sufocar-te já com o tempo.

Não é preciso obrigar-te a dormir a uma determinada hora se te posso ouvir falar até que adormeças, as duas debaixo do edredão na tua cama.

Eu sei que só queres dizer mais uma coisa e que vai ser “uma coisa” que me vai ajudar a conhecer-te ainda melhor como hoje.

Comprei-te calças quentinhas para o Inverno e um desses pares é o teu preferido: o que tem a Minnie e o Mickey. Perguntei-te qual querias vestir hoje e disseste as cinza.

“As cinza, Irene? As cinza quando as que tu gostas mais são as do Mickey?”

“Claro. As do Mickey ficam à espera para não usar já!”

Tens muito isto. Não vem de mim certamente. Para mim, especialmente especial por seres ainda tão bebé e por conseguires ver além do agora.

Não tenhas medo, Irene. Apesar da mãe estar a lembrar-te de 2 em 2 minutos para ires comendo ou estar a dizer-te que temos de ser rápidas por um motivo qualquer… A mãe, quando tu não estás ou quando não sente que o tempo aperta, sente.

Sente e vê e sabe que tu és o que há de melhor no mundo inteiro.


As calças do Mickey ficam à espera.



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11.08.2017

Erros que cometo com a minha filha.

E que não devia. Ou que não são erros. São o que me apetece fazer ou, melhor, o que faz sentido para nós.

Às vezes jantamos sentadas no chão da cozinha. 

Enquanto cozinho, a Irene vai brincando perto de mim com o que lhe apetecer na altura. Às vezes está a fazer comida para os bebés dela, noutras está a dar concertos... Acabo de cozinhar, dou-lhe a provar e acabamos por comer sentadas no chão da cozinha. Não creio que a mesa seja assim tão importante, nem acho que, por jantarmos na cozinha, ela um dia não saiba jantar à mesa - como se isso não se pudesse comunicar na altura. 

Durante a semana, toma o pequeno-almoço na minha cama. 

O meu quarto é uma suite e, dá-me jeito, enquanto me arranjo, ir estando com um olho nela e a conversar com ela. É um momento nosso, calmo, em que vamos pondo a conversa em dia e, já agora, também consigo ir explicando qualquer coisa nos desenhos animados que ela vá vendo. De manhã costumamos ver o Zig Zag na RTP2 que tem boa curadoria mas, mesmo assim há, às vezes, alguns temas que requerem acompanhamento. 




Adormeço-a abanando-lhe o rabo e a cantar e já tem 3 anos.

Seja qual for o motivo pelo qual isto agrade às duas (eu sei que o meu é sentir que, de alguma maneira, estarei a apressar o adormecimento - mesmo que seja tanga) não me incomoda que tenha 3 anos e não adormeça sozinha. Eu tenho 31 e, por mim, se pudesse escolher também não adormeceria sozinha, para quê exigir-lhe isso? Se nem sempre me apetece? Se muitas vezes desespero? Sim, mas é isto. Faz parte. 

Não costumo dizer que não lhe compro algo que peça

Ela farta-se de pedir que lhe compre coisas. Não costumo comprar-lhe nada. Até porque, sendo blogger, como vocês sabem, vamos recebendo sempre umas coisas aqui e ali e, por isso, sinto que a minha quota de "presentes" até é excedida. Costumo dizer - não é totalmente mentira - "'Tá bem, se a mãe vir, se calhar a mãe compra!". A verdade é que não devo ver. Faço compras online e, por isso, só veria os brinquedos se fosse procurá-los mas, se os vir, um dia, se calhar até compro. Nem sempre me apetece dizer que não, raramente, até. A não ser quando tenho que "dar lições" que é como tenho explicado a importância dos "nãos" cá em casa.

Amamento-a e tem 3 anos. 

Ainda tenho de escrever um post sobre isto. Sobre amamentar aos 3 anos e quem me faz sentir "pior" com isso serem mulheres. Nós. Umas com as outras. São outros 500. Amamento-a. Tem 3 anos. Faz parte da nossa rotina de adormecimento. Ela pede e eu dou. Faz parte. É assim. E será enquanto fizer sentido para ambas. 


Usa fralda para dormir à noite e tem 3 anos.

I don't care. Está conversado entre as duas que o objectivo será deixar de ter a fralda molhada quando acorda e ir fazer xixi. O preço a pagar dessa conversa é chamar-me muito aflita de manhã e eu ter de sair da cama a correr para a ir por na sanita, por isso está tudo encaminhado, mas sem pressas. Não quero que haja o peso do fracasso nem ter de andar a trocar roupa de cama a meio da noite. Está tudo a ir com calma. 

E tantas outras coisas que na volta nem tenho consciência. Seja como for, estas somos nós por agora e estamos bem. E vocês? "Erros" que cometam? 


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11.06.2017

Faço terapia.

Nem toda a gente precisa, mas acho que toda a gente iria beneficiar.

Nem toda a gente pode, mas acho que toda a gente deveria poder ir.

Eu faço terapia. 

Faço porque lá porque as coisas me surgem na cabeça ou porque os meus comportamentos me pareçam espontâneos, não quer dizer que sejam os melhores. Tudo é passível de ser trabalhado, depois de compreendido ou, por ser compreendido é trabalhado.

(se nunca tivesse parado para pensar, a Irene era corrida à estalada e ao berro)

Faço por mim, sim. Por mim que estive farta durante muito tempo de viver e sentir as coisas sem qualquer sabor ou cor e, acreditem - muitas de vocês saberão - navegar em mar alto sem saber onde se está ou para onde se quer ir, dá lugar a náufragos, muitos. 

(se nunca tivesse parado para pensar, o resto da vida seria "fazer tempo" para que algo surgisse que me acordasse)

Faço-o por mim e pela Irene, sim. Pelas duas. Para que ela sinta (que ainda iremos a tempo para muito) que o amor flui entre as duas e a que sabe o amor, no corpo e na cabeça.

(se nunca tivesse parado para pensar, a minha filha cresceria e não conseguiria relacionar-se comigo, apesar de algures sentir que me ama)

Faço-o pela Irene e pelos filhos da Irene. No meio de uma fila enorme nalgum lado onde nos colocamos por parecer o sítio onde se deve estar por toda a gente está, alguém tem de ir ver o que se passa lá a frente e parar. Para pensar. Encaixar. Dói.




(se nunca tivesse parado para pensar, teria de ser a Irene, um dia, a fazê-lo e com uma intensidade avassaladora de anos e gerações de trampa por processar)



Doí sabermos que mandamos muito pouco nisto e que somos uma migalha, mas é essa a verdade. Somos tão pequenos e os nossos problemas têm metade de nós ou têm o tamanho que "quisermos" que tenham. 

(se nunca tivesse parado para pensar, achar-me-ia sempre o centro do universo e tudo pareceria uma perseguição para que eu me sentisse infeliz em vez de todos os dias serem uma oportunidade de viver mais e espalhar amor)

Coisas em que a terapia me tem ajudado: 

- Diminuir a ansiedade de um modo geral 

E, portanto, tudo o que daí advém: irritabilidade, hipersensibilidade, falta de produtividade, sarcasmo, bullying, mau dormir, não conseguir estar disponível emocionalmente para a Irene, rotinas muito apertadas, etc. 

- Duplicado a intensidade das coisas boas

Já não as destruo na minha cabeça. As coisas boas são mesmo boas e o fim-de-semana é mesmo fim-de-semana. Faço mesmo o que quero e preciso que seja feito e a vida deixa de parecer um carrossel com muitas luzes e barulho mas sem que nada nos atravesse o corpo ou nos faça querer sair para ver a paisagem.

- Melhorado a disponibilidade para crescer

Quanto melhor compreendo as coisas, mais tudo me sai certo. A minha vida já me pareceu toda ela apenas e só um dia mau em que depois de apanhar uma molha, encontro o guarda chuva. Ou, depois de cair numa poça enorme de lama, é-me apresentado o Primeiro Ministro. Os acontecimentos não nos governam. É o contrário.

- Crio coisas boas

Não fico à espera que as coisas que quero (porque já sei o que quero e gosto) aconteçam. Já crio oportunidades para que elas aconteçam. De repente, o que dantes parecia uma espera, agora parece uma escada com treats pelo caminho. 

- Vejo melhor a Irene. 

Já sei que quando parte algo ou grita que não é o que eu sinto quando ela o fez, mas sim o que ela sentirá. E quem diz Irene, diz toda a gente, mesmo toda a gente. Até as haters anónimas. Estou em paz. 



Não há que ter vergonha de sair da manada e interrogarmo-nos sobre aquilo que nos parece crucial e que nos faz sentir unos. Mesmo um cocó de cão está inteiro e é uma bela mer**. Pode parecer inalcançável e doloroso (e é), mas é para isto que cá estamos. Para um aperfeiçoamente constante que nos permita amar com tranquilidade e sermos amados em segurança. 

A Eugénia ajudou-me bastante como vos contei neste post, neste momento o meu caminho não passa por ela, mas não posso deixar de vos sugerir que conheçam esta pessoa que toda ela é amor e brisa da ponta dos seus lindos cabelos até aos pés (a página dela é esta que, sempre que falo dela, recebo alguns e-mails a pedir o contacto, fica já arrumado).

Só para descansar quem não tenha possibilidades para fazer terapia, mesmo aconselhando-se com a médica de família (há também excelentes profissionais nos centros de saúde), há quem consiga fazer este exercício sozinho, estando mais atento a tudo que na vida não espelhe amor e faça para que mude. 

Não há que ter vergonha. Fazer terapia é o ginásio da cabeça. Será moda um dia. ;)



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