Não, desistir não é para os fracos. Tenho aprendido isso, todos os dias. É para os fortes.
Desistir implica desfazermo-nos de algo a que estávamos ligados ou afeiçoados, renunciar a algo que estava lá, que fazia parte dos nossos dias, e que, bem ou mal, fazia parte de nós e do que éramos. Desistir implica levantar a cabeça e ter força para abraçar um recomeço. Implica ter de lidar com olhares de espanto e - alguns - de reprovação.
Desistir implica desfazermo-nos de algo a que estávamos ligados ou afeiçoados, renunciar a algo que estava lá, que fazia parte dos nossos dias, e que, bem ou mal, fazia parte de nós e do que éramos. Desistir implica levantar a cabeça e ter força para abraçar um recomeço. Implica ter de lidar com olhares de espanto e - alguns - de reprovação.
Desisti, nos últimos meses, de um trabalho, de uma casa e de uma vida na cidade. De algum conforto monetário. Desisti de uma vida intensa, de malabarismos com as horas, de alguma sofreguidão e agitação, de admiração por conseguir chegar a tanto lado e fazer tanta coisa. Desisti de tentar ser uma Super Mulher, cheia de tudo, mas [afinal] tão incompleta.
E procurei. Procurei, cá dentro e naquilo que importa, o recomeço. E encontro, todos os dias, um bocadinho. Não me encontrei ainda, não totalmente, mas o caminho não está a ser tão sinuoso como previ. Desisti para me encontrar. Para ter tempo. Para mim e para os que (me) importam. Para a que cresce em mim e para a que cresce ao meu lado [e sempre aqui dentro, no peito]. Para me ouvir, para escutar o que o meu coração me diz. Para redefinir o futuro. Com mais inseguranças - materiais - mas com mais confiança naquilo que sou e no que estou a construir. Prefiro demorar mais tempo, mas ter pilares mais fortes.
Não sei onde estarei nem o que farei no próximo ano. Mas sei o que serei. Mãe a dobrar, namorada, filha, mulher.
Grata. Pela força dos que me rodeiam e pela força que tenho dentro de mim. Que sempre tive. Para desistir, para procurar, para recomeçar, para acreditar.