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3.05.2020

Deixem os pais serem pais!

Este post não é para toda a gente, é para mães que, tal como eu, sentiram uma vontade visceral de se ocuparem a 100% dos filhos desde que nasceram e, por qualquer que tenha sido o motivo, a verdade é que, desde que nasceu a Irene que me encarreguei de fazer praticamente tudo o que tinha a ver com ela (excepto a comida porque o meu ex-marido está a passar ao lado de uma grande carreira como chef).




Ontem, ao ver o primeiro episódio do documentário Babies que está na Netflix (recomendo vivamente, pelo menos o primeiro episódio ;)) fiquei a par de algumas descobertas fantásticas que vários investigadores fizeram. Nada que não vos tivéssemos já mostrado num dos vídeos em que entrevistámos a Constança Cordeiro Ferreira do Centro do Bebé. Aliás, vou deixá-lo aqui para verem: 



Sem querer pronunciar-me demasiado aprofundadamente para não vos induzir em erro, fizeram dois tipos de medição, uma que dizia respeito à oxitocina e aos seus níveis durante a gravidez e pós parto na mulher e no pai. E, além disso, depois fizeram scans que evidenciavam a activação da "amígdala" (parte do cérebro que evidencia a preocupação intensa com os filhos) nos casais em que a mãe assumia o papel de "principal" cuidadora e em casais homossexuais só com pais masculinos. 
Do que percebi, a oxitocina é idêntica tanto para a mãe como para o pai. A ligação aos filhos é igual caso haja contacto e envolvimento. E esse envolvimento é estimulado quantas mais "tarefas" cada um desempenhar. Quanto mais estiverem, brincarem e cuidarem dos bebés, maior o apêgo e a ligação. Tanto nos pais como nas mães.  Isto significa que, tal como disse a investigadora, "ser mãe/pai é uma escolha que vai além da biologia", tem muito a ver com a ligação. Coisa que já todas sabíamos, mas vê-lo provado não deixa de ser interessante, não é? 

Depois, por sabermos que as mães são quem tem o sono mais leve (por causa da activação da tal amígdala), quiseram perceber porquê. Comparando com os tais casais em que não há mãe, repararam que os homens também têm essa "capacidade" e que é idêntica. E isto através de exames ao cérebro, por isso não há dúvidas. 
Quis partilhar isto convosco porque no caso de se sentirem assoberbadas por "terem que fazer tudo" e na eventualidade de se sentirem "culpadas" por delegarem o que estão a fazer ou até se tiverem pouca tolerância a que outras pessoas se ocupem dos vossos filhos (falo aqui do pai), percebam que ao fazerem-no estão não só a providenciar maior felicidade a quem se envolva como aos vossos filhos e que estão a permitir que uma relação mais íntima, mais profunda se desenvolva entre eles. 

Só para deixar a nota que "a Mãe é que sabe" como título deste blog, não é para excluir os pais, mas sim para deixar um espaço de segurança grande a quem está a gerir a família, isto é: não comentemos e não nos metamos na vida uns dos outros que "só quem lá está é que sabe". Neste caso, como somos mães, falamos de mães, mas queremos muito que os pais também sabem e, tal como se vê, podem gostar tanto, saber tanto e envolver-se tanto quanto as mães. 

Espero que seja motivação suficiente para não sermos tão fuçonas - nos casos em que isto seja aplicável, claro. 
Ainda no documentário, também foi giro ver os resultados da experiência "Still face" em que puseram uma dezena de mães em frente a bebés, brincando com eles e, de repente, deixando de reagir aos mesmos, ficando com uma cara serena mas sem interagir. Os bebés procuram a reacção da mãe, provando que, desde sempre, estes nascem com skills sociais  de leitura e reacção de quem os rodeia.

Não querendo ser spoiler, também estudaram o impacto do estilo parental no desenvolvimento do cérebro dos bebés e, para agrado de TODAS e TODOS que lêem este blog, também ficou evidente que a resposta rápida de consolo aos nossos filhos lhes providencia um sentimento de segurança que permite que estejam aptos para explorar o mundo de forma saudável e dando um enquadramento mais saudável a todas as aprendizagens. Ainda que, com a experiência STILL FACE se tenha visto que, ao não se responder imediatamente, o bebé se incline para descobrir formas de se auto-acalmar, embora o nível de cortisol possa não descer e possa causar entraves numa relação mais calma entre os dois. 
Não há mimo a mais, malta! :)

3.10.2019

Quem sabe mais? O Pai ou a Mãe?

Olá nossas queridas leitoras e ocasionais leitores que são tão amados como quaisquer outros. Desde que piem baixinho. Brincadeira :) Gostam da nova imagem do nosso blog? Ainda requer alguns afinamentos, mas não poderíamos deixar-de vos mostrar, principalmente na data em que foi - o Dia da Mulher.

Quando fomos ter com a Constança Ferreira ao Centro do Bebé, tivemos que lhe perguntar qual dos dois saberá mais no que toca a cuidar de um bebé. Óbvio que a resposta nunca seria "a mãe" ou "o pai", seria sempre muito na ordem dos jogos de educação física quando éramos mais novas "o importante é participar", mas não deixa de ser interessante ver que há muito mais além do "fazer as coisas" no que toca a criar uma criança com apego. 

Fica aqui o convite para ouvirem (e verem) a conversa que a Joana Paixão Brás teve com a Constança sobre isso mesmo. 




Enquanto gravava esta conversa... fiquei com muita coisa por pensar. Por exemplo: quanto de mim e da minha vontade de "controlar a situação" terá impedido que o pai da Irene tivesse entrado mais nos cuidados dela? 

Talvez seja importante partilhar este vídeo para que, algumas mães, também tenham consciência da importância de abrir espaço para não se sentirem tão assoberbadas, mas também para entregar também a quem de direito o prazer de cuidar dos filhos. 





1.09.2017

o Pai também sabe - Miguel Costa

Miguel Costa

Nome: Miguel Costa
Alcunha: R: Rolha 
Filhos: 2, Luísa de 4 anos e Teresa de 2. 


Olá Miguel, não pretendemos de todo fazer uma espécie de Alta Definição, até porque a outra Joana cá da casa e o marido dela não me deixariam plagiar a onda (são da equipa), porém queremos saber mais sobre ti no papel de pai e vou ser intrometida, ok? Vá, que já te vi algumas vezes "por aí" e sei que até és porreirito! :)


1 - Fechou-se a loja ou ainda vem mais uma filhota? 

R: Ainda não sabemos! eheheheh… Nada foi planeado, nem as nossas filhas. Foram desejadas e a vontade em sermos pais sempre existiu, mas o segredo é não planear… O segredo é não planear mas ao mesmo tempo planeamos, no sentido de organizarmos o nosso tempo e a nossa disponibilidade financeira. Não queremos mais filhos só porque sim, para termos mais filhos temos de ter a certeza que teremos condições para isso. A ideia não está posta de parte :)

2 - Eram duas raparigas que querias ter? 

R: Nunca tive preferência. Rapazes ou raparigas, seriam sempre bem-vindos(as). Se tivermos mais filhos pode ser mais uma rapariga. Aliás, confesso que aproveitamos muita coisa da Luisinha para a Teresinha, por serem duas raparigas. Roupas, etc...

3 - Os nomes foram escolhidos por serem bonitos ou existe alguma história por detrás? 

R: Por gostarmos muito dos nomes. Por acaso, a minha mãe chama-se Luisa e a mãe da Joana chama-se Teresa, mas foi mesmo por serem nomes bonitos! No dia em que as avós lerem isto, vai ser complicado, mas é a verdade. 

4 - Qual foi o teu papel nos primeiros meses de cada uma? O que é te calhou na rifa? 

R: Sempre quisemos fazer tudo os dois, eu e a Joana. Não há o pai que ajuda a mãe: há o pai e a mãe que cuidam dos filhos. É por aí. Agora, infelizmente, não tenho o dom de gerar um bebé dentro de mim e transportá-lo durante 9 meses na barriga, mas gostava. Até para aliviar o desgaste da minha mulher, porque pode ser um privilégio, mas é também uma tareia. Voltando à vossa pergunta, sempre fizemos tudo os dois. Mas acho que a Joana é a melhor mãe do Mundo e acho que fez ainda mais e melhor que eu.



5 - Que mudanças notaste na tua mulher desde que passou a ser mãe? 

R: Muda tudo, nela e em mim. Muda para melhor, porque as nossas filhas nunca vieram para tentar segurar uma relação. Antes pelo contrário, vieram porque a relação é excelente. Não é perfeita, atenção… mas é excelente. O que mudou na minha mulher? Os instintos maternais revelaram-se da melhor maneira. O tempo não se multiplica logo, se as nossas filhas exigem bastante tempo, sobra menos tempo para o resto: vida social, desporto... Por outro lado acho que passamos a organizar melhor o tempo e a aproveita-lo melhor. Até porque os programas a dois continuam a ser muito importantes. São em menos número, mas aproveitamo-los bem.

6 - Sentes falta de alguma coisa da tua vida anterior a teres filhos? 

R: Não. Porque sempre quis ser pai. Estou a viver uma fase diferente e nova para mim, logo é algo que me deixa muito feliz. Mas, pensando bem, sinto falta de dormir, às vezes, e alguns programas com amigos. Mas o que veio é diferente, é único, e é o melhor que já senti: o amor pelas minhas filhas. 

7 - Aproveitas as tuas acting skills para levares a tua avante com as traquinas? 

R: Às vezes, a contar histórias para as convencer a comer a sopa toda. Ou para as distrair, no bom sentido, quando por algum motivo estão com uma birra, ou doentes. E confesso que me custa as vezes ser mais firme, tenho de vestir a pele de um personagem, mas acredito que é tudo para o bem delas.

8 - Achas que, por serem miúdas, sentes uma preocupação acrescida em protegê-las? 

R: Boa pergunta. Sinceramente não sei porque não tenho rapazes. Teria de ter um termo de comparação. Mas acho que sim, porque a mulher é mais sensível, mais delicada (são elogios) e tenho esse comportamento mais protector porque sou mesmo muito protector. Sou muito atento ao que se passa com elas. Mas nunca as inibi de viverem, calma! Andam na escola desde pequeninas, com menos de um ano, logo interagem com outras crianças desde sempre, com outros adultos. Vão a festas com outros miúdos, tentamos que vivam muito ao ar livre, praia, campo, bicicleta, etc. Mas são as meninas do papá e serão sempre. :)



9 - Tens liberdade para seres tu a escolher-lhes as roupas? E corre bem? Não na tua opinião, mas na da mãe? ;)

R: Acho que temos gostos parecidos, mas a decisão da mãe prevalece, quase sempre. Eu gosto de escolher roupas para elas, mas como me identifico muito com o gosto da Joana, não me custa que a decisão que prevaleça seja a dela. Há vezes em que eu decido só por mim. :) Mas há coisas que eu tenho de aperfeiçoar a vestir as minhas filhas: collants, por exemplo. Sou terrível a vestir collants às minhas filhas, demoro horas e ficam muitas vezes todos tortos…!

10 - Depois das duas gravidezes a que assististe, estar grávido parece-te um estado de graça ou de desgraça?

R: Acho que já respondi em cima. Para mim é as duas coisas: um privilégio por um lado, e uma tareia pelo outro. A capacidade de gerar um ser dentro de si, é um sinal que o sexo feminino é claramente o mais forte e eu vivo muito bem com isso, mas ao mesmo tempo as alterações hormonais, o peso, dói tudo, as costas, as pernas.

11 - Quais são as três principais características de cada uma das tuas filhas neste momento? 

R: De cada uma, porque são muito diferentes. A Luisinha é delicada, muito feminina, muito criativa. A Teresinha é um furacão, é transgressora, desafiadora, mas ao mesmo tempo muito querida e comunicativa.

12 - O que sonhas para elas?

R: O melhor que há na vida. Que tenham muita saúde, que sejam muito felizes, que tenham sempre a sua volta pessoas que lhes queiram bem. Desejo o melhor que há para elas! O melhor! E no que depender de mim, espero dar-lhes sempre isso: o melhor.



13 - O que gostarias de dizer a todas as mães grávidas que nos estão a ler? 

R: Que não stressem, que os filhos são o melhor que temos, que nunca irão sentir um amor tão forte por nada nem ninguém, que são muito mais fortes que nós homens porque aguentam esses 9 meses!

14 - E às mães no geral?

R: Que temos muita sorte em sermos pais, mães e pais. É um privilégio sem igual.

15 - E a mim? 

R: O que dizem os teus olhos? Ahahahah…não, não, não vou por aí, apesar de gostar muito do trabalho do Daniel Oliveira. Gostava de te agradecer esta excelente entrevista, foi muito boa mesmo, e que desejo-vos um grande ano, um anão, como costuma desejar o meu amigo David Almeida (dos meus melhores amigos).

16 - Vá, é a nossa "o que dizem os teus olhos": a mãe é que sabe? 

R: É, a mãe é que sabe, mas eu também sei qualquer coisinha, o que é bom porque nos complementamos, não competimos.



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10.21.2016

Vivo com a minha sogra!

Em resposta aos comentários do post "É muito por isto que mudei a vida toda", eu, marido da Joana, senti necessidade de acalmar esses tremores frios que sentiram quando perceberam que tínhamos ido viver com a minha sogra e que a Joana se tinha "anulado", por se ter despedido. 

Primeiro, percebo que vos faça comichão, mas eu não tenho qualquer problema em viver com a minha sogra. Felizmente tenho uma sogra jovem e sem qualquer tipo de complexos. Respeitamo-nos, temos feitios calmos, rimo-nos, disparatamos e nunca houve um único conflito até agora. 
A casa, felizmente, é grande e nem a ouço roncar. Nem ela a mim. Temos mais do que uma sala e respeitamos muito o espaço uns dos outros. Não tinha por hábito andar nu em casa, por isso, nem isso tive de mudar os meus rituais. :) Há dias em que nem nos vemos sequer, porque a sogra trabalha e muito e tem outros interesses e afazeres fora de casa.

Em segundo lugar, convido as pessoas a tentar perceber o que são os horários de uma pessoa que para além de ser repórter, tinha um cargo de enorme responsabilidade no sítio onde trabalhava. Para quem não sabe, ser repórter significa horários zero, não dá para programar ir amanhã buscar os filhos à escola, porque de repente há uma reportagem a essa hora. Não há trabalho das 9h às 17h. Não dá para ir mais cedo adiantar trabalho porque não é assim que funciona. E no caso da Joana ainda se agrava mais porque tinha de coordenar uma equipa, editar peças, fechar programas, escrever pivots, etc..., e aqui não se trata de ela gostar ou não daquilo que fazia, apenas se trata de não ser compatível com a participação que ela queria ter na vida das filhas. E agora juntem o marido que também trabalha na mesma área em que os horários também nem sempre são certos. E ainda podemos juntar o facto de a família da Joana viver em Santarém e a minha viver em Évora, não há avós por perto para ir buscar a neta à escola e poder ficar com elas.
Em terceiro lugar, eu sei que a Joana é uma pessoa extremamente inteligente e que não gosta de ficar acomodada (não que a escolha de ficar em casa a cuidar e a educar os nossos filhos seja sinónimo disso, é dos trabalhos mais merecedores de ovação de todos!) Mas o sucesso deste blog é o exemplo dessa mente em ebulição e eu acredito muito nos projectos que ela tem para o futuro.

E só para que fique bem claro, a Joana não se está a anular, ninguém se anula quando faz aquilo de que mais gosta, que é ser mãe! E a Joana é uma grande Mãe! E se ela desistiu de tudo isso para dar o melhor às minhas filhas nesta fase, eu estou com ela.

David 

6.13.2016

Ser mãe é chorar com isto.

Estava agora a filtrar as imagens das férias e deparei-me com esta fotografia (em baixo) que me fez automaticamente chorar e por vários motivos. Por ter sido espontâneo e eles realmente se darem assim um com o outro, por uma sensação de estar tudo "certo" e porque sinto saudades de ser pequenina e de ter o meu pai também "ali" comigo.

Estou a lembrar-me do meu primeiro sentimento depois do parto, o meu primeiro segundo de "consciência" do que tinha acabado de acontecer (foi um parto muuito complicado) foi quando o Frederico lhe pegou ao colo. 

Ser mãe (também) é chorar com isto. São os nossos filhos que nos dão muita da nossa vontade de viver e de sermos felizes, mas a moldura de ter a família junta (seja a original ou nem por isso) é maravilhosa. Aprecio com uma felicidade a triplicar por reconhecer a "sorte" que a minha filha tem. 



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3.21.2016

O meu marido fez-me chorar.





Ler isto acho que foi a minha prenda de aniversário da Irene. ;) 

(estou desejosa que chegue setembro para ver se o sacana escreve algo assim sobre mim, muhahah)

11.25.2015

Ele não queria uma menina

Ele não queria uma menina. Quer dizer, queria, mas se pudesse escolher, na altura em que fomos saber o sexo do bebé, teria escolhido um rapaz. Eu achava que ia ser um rapaz, mas no fundo estava cheia de esperança de que fosse uma menina. 

Uma menina? Laços e vestidos e sapatos a condizer? Quarto cor-de-rosa até enjoar? Ballets e piruetas e maiôs com purpurinas? Gritinhos histéricos com os One Direction? Olhinhos de bambi para o fazer voltar atrás com a decisão? Baton e olhos pintados e micro-calções para ir sair à noite com 15 anos? Ficar com aquele feitiozinho "especial" quando está com o período? Rufias atrás dela e ter de arranjar licença de caçador para poder ter uma arma em casa? Definitivamente que não.

Queria um rapaz. Um puto desenvolto, com pinta, louco pelo Gaitan, capaz de chafurdar na lama no futebol e de saltar da ponte de Vila Franca. Dar-lhe uns calduços, fazer o braço de ferro, dar-lhe a primeira bejeca (lá para os 20 anos, claro), chamar nomes ao árbitro, gritar a bandeiras despregadas SLB. Testosterona.

Estava tão enganado. Gosta tanto de ter uma filha, que não se importava mesmo nada que viesse mais uma, já mo confessou. Um dia, a Isabel agarrou-lhe bem na cara com as duas mãos e deu-lhe um beijo inesperado. Quando lhe chama "pai", com aquela voz suave e melosa, fica todo derretidinho. Aqueles abraços de manhã na ronha da nossa cama, o "ai" teatral que grita quando toca na barba dele e até o piscar demorado de olhos com as maiores pestanas que ele já viu, enfeitiçaram-no. O feitiozinho especial ("da mãe, claro", até parece que o estou a ouvir), não o trocava por nada. Está numa fase em que o empurra do quarto e da vida dela, mas sei que vai passar (enquanto isso aproveita para dormir a noite toda, porque só quer a mãe, olha que chatice!).  

E agora, o melhor de tudo e o orgulho do pai, ela já sabe quem é o "MAIOR", como ele diz! Quando alguém diz Benfica, estica os braços a festejar. Em menos de nada, lá estará a levá-la a ver o "maior espectáculo da vida dela" e lá estarão "a celebrar os dois as vitórias do Glorioso" (que vitórias? hã? lol). Sim, porque, disse-me "a minha filha é benfiquista de alma e coração". Tudo o resto, ballet ou karaté, vestidos ou calças, isso é lá com ela, que ele está-se um bocado a marimbar. Mas, com a chama imensa não se brinca. Acho que ele até os imagina a partilharem uma cerveja e uns tremoços e a irem para o Marquês festejar (como se eu deixasse, pois, vá sonhando).

No dia em que ele tratou da indumentária dela...

Mas, de uma coisa tenho a certeza, ele adora ter uma menina, mesmo que ela não ligue patavina a futebol. É, e será sempre, a menina dos olhos dele.

10.05.2015

Há 9 tipos de PAIS



Adoro fazer estes exercícios parvos
e com muito pouco rigor científico de catalogar e categorizar (e adoro ler listas, assim que vi este texto no Up To Lisbon Kids, soube que tinha de dedicar uma lista aos pais) e o meu poder de observação e a minha língua destravada não me deixam ficar caladinha. Vejam lá se reconhecem alguma destas alminhas - para o bem e para o mal - aí em casa.


1. O paissurdo.
É uma patologia muito comum, que começa com a gravidez e que se vai agravando progressivamente. Manifesta-se principalmente no período nocturno. Ainda não foi descoberta a cura, mas dizem os médicos que uma almofada pelas trombas às vezes ajuda a desentupir os ouvidos.

 
2.  O paijola.
É o pai cool, para quem está sempre tudo bem, que bebe uma mini a ver o Benfas enquanto o filho está a passar a ferro, a emborcar CIF Lixívia e a desenrolar 5 quilómetros de papel higiénico. 




3. O pairadical.
É o pai que leva o filho de duas semanas para o topo do Everest, que o põe a correr a maratona de Nova Iorque com dois meses, que o inscreve no rafting com dois anos e que põe a nadar com tubarões com três. Adora a aventura, a adrenalina e... deve beber coisas que não água.

4. O paicanojo.
É aquele pai para quem "dar almoço sim senhor!", dar banho "ainda lá vai", agora não lhe peçam para mudar a fralda com cocó que ainda lhe provocam o vómito. É o enojadinho que anuncia a medo que a criança tem presente, quando muito pega-o ao colo, mas passa rapidamente a batata quente, sem resolver o assunto. Para isso teria de ter, no mínimo, um fato de astronauta em casa.



5. O paimaspouco. 
É o pai que sabe o nome dos filhos mas que nem sabe de que desporto gostam. Oferece um cheque presente no Natal e a frase que mais usa é "pergunta à mãe". Acha que a função dele está em pagar a creche e em fazer chegar pernas de frango ao frigorífico.



6. O paimanteiga.


É o pai meloso, que se derrete com os olhinhos de Bambi dos filhos, que lhes morde os dedinhos dos pés, que beija cada refego e que adora adormecer com eles por perto. É o pai mariquinhas que fala com eles bebezês e que quase chora quando eles dizem uma palavra nova.



7. O painãosabe.
Ele não tem culpa, 'tadinho, ele não consegue. Não sabe fazer o jantar, não sabe fazer a cama, não sabe que as peúgas usadas se põem no cesto de roupa suja, não sabe dar banho ao filho, vai-se a ver e tem mesmo grandes falhas cognitivas. Bullshit, é "o paisabe-atoda".

8. O paicriança.
Podemos apostar três dedinhos em como quando chegarmos a casa, depois dele ficar responsável duas horas pelos filhos, vamos encontrar um cenário de guerra. Água do banho até à cozinha, almofadas a servirem de muralhas, cabos de vassoura a servirem de armas. No fundo, é o nosso filho mais velho, mas com mais pêlos.

 
9. O paimãe.

Com maminhas mais ou menos salientes, este pai é aquele homem que parece ter mais sinapses do que os outros todos e consegue perceber que a tábua de passar não o vai engolir, que a mãe também precisa de descansar e que o filho precisa de mais do que um pai com o rabo a ganhar bolor no sofá.


10. O paiperfeito.

Não existe. Ver as restantes 9 opções.


Aqui em casa há um mix do 1, do 6, do 9 e do 8! E por aí?

8.05.2015

Os pais não têm que ajudar.

"Lá em casa o pai não ajuda". 

"O Manuel por acaso ajuda muito."

"Mudar a fralda, não muda, mas ajuda-me muito noutras coisas."

"Estou farta. Ele não me ajuda nada. Ando há três anos nisto sozinha."

Ouvimos isto vezes demais. Dizemos isto vezes sem conta. 



Contra mim falo. Já usei o verbo "ajudar". Mas pensemos bem: os pais não têm que ajudar. Os pais têm de ser pais. 
Se pensarmos mesmo no que isto encerra, vamos ver que estamos a alimentar uma coisa enraizada que tem de acabar (que já devia ter acabado). Muitas vezes são as próprias mulheres que perpetuam esta disparidade, como se estivesse bem assente que à mãe é que compete educar, cuidar do bebé e da casa. Há as que têm sorte, porque "eles até ajudam". Há as desafortunadas, porque eles "não ajudam nada". Aqui é que está o problema. Não é ajudar. É ser pai. É ser marido. É ser namorado. É ser companheiro. É dividir responsabilidades. É partilhar as coisas boas e más da vida. Não é um favor. Não é uma ajuda. É o papel deles.

Não é de um dia para o outro que esta mudança se dá. Nem é depois de se estar já habituado a chegar a casa e a ir para o sofá que de repente explodimos com um: "tu também vives nesta casa", "isto não é um hotel", "o filho também é teu". Acho que isto vem lá de trás e talvez parta muito da educação que damos aos nossos filhos, que terá de ser cada vez menos diferenciada da que damos às nossas filhas. Se calhar temos de acabar com os clichés da vassoura de brincar para as meninas, das cozinhas e dos nenucos. Se calhar os rapazes também podem e devem brincar com tudo isso. Também eles devem ser responsabilizados das tarefas domésticas de forma igual. Já são? Óptimo, talvez seja esse mesmo o caminho.

Além disso, acho que há muitas mães a não delegarem nada aos pais, umas por gostarem de ser elas a fazer as coisas, outras por acharem que só elas o fazem bem. Não os subestimem. Eles sabem fazer. Se não sabem, aprendem rápido. E gostam, vão ver. O pai é mãe, nós é que nem sempre os deixamos serem-no. Nem sempre os incentivamos. Nem sempre lhes damos espaço. Continuamos a perpetuar a ideia de que "a mãe é que sabe". O pai sabe, mães e futuras mães, o pai também sabe. Às vezes até com mais paciência e menos hormonas ao barulho. Temos de lhes dar espaço. Temos de deixá-los serem Pais. Com amor, com entrega, com algum sacrifício também, se for caso disso. Faz parte.

Pais que vieram cuscar este texto, não vou elogiar o facto de "ajudarem" em casa. Estão a ser pais. Estão a ser maridos. Estão a ser namorados.

Pais que tiveram de aprender a ser Pai e Mãe, tiro-vos o chapéu. Tal como tiro a todas as Mães que têm de ser Mãe e Pai.



Imagens *We Heart It



www.instagram.com/joanapaixaobras
a Mãe é que sabe Instagram

4.18.2015

"Vai lá tu!"

É talvez a frase mais usada cá em casa, pelo menos durante a noite. 

O Ricardo Araújo Pereira falou disso ontem no Mixórdia de Temáticas e confirma-se. Tenho aqui o esposo a anuir.

Já tinham saudadinhas de um post escrito a quatro mãos, não tinham? Cá está ele.

David - Olá, pessoas que mantêm a minha mulher ocupada enquanto eu vejo todos e quaisquer jogos de futebol que estejam a dar na televisão! Obrigada!

Joana - Engraçadinho, até parece que não faço mais nada. Ainda ontem vi o 50 sombras de Grey...

David - Tentaste ver... pela segunda vez! E adormeceste!

Joana - É porque o filme é tão, mas tão bom... Aquela Anastasia insípida a morder o lábio a cada fala estava a dar-me uma volta ao estômago. E que falas são aquelas, pelo amor de Deus! 

David - Aquilo tinha falas? O Rambo ao pé deste parece um filme do Kubrick. E até o Stalone consegue ser mais expressivo que o Mr. Grey.

Joana - Mas olha que o Mr. Grey estava muito bem equipado ao nível abdominal. Mas isso dava outro post, onde tu não metias a pata. Vamos lá ao que nos trouxe aqui. 

David - "Vai lá tu". É esta a frase que a minha mulher mais diz à noite. E "está a chorar."

Joana - Sim, porque o menino entra em negação muitas vezes e finge que não está a ouvir nada. 

David - As saudades que eu tenho de quando davas mama.

Joana - Espertinho. E surdo. Muito lento a ouvir, mas muito rápido a inventar desculpas e argumentos "fui lá há bocado", "agora é a tua vez", "acordei mais cedo hoje".

David - E tu? "Ando muito cansada", "vai lá tu agora, que eu vou de manhã e ficas a dormir até mais tarde" e sem gaguejar! É giro como durante as discussões nocturnas nem gaguejas...

Joana - Nem vamos falar das vezes em que nem dás por eu já lá ter ido e achas que estou a inventar.

David - E não estás?

Joana - Bem, vamos discutir aqui também?

David - No fundo, é como estarmos a fazer terapia de casal, mas de graça.

Debaixo das saias do pai

Há uma coisa que me tranquiliza. O facto de saber que se eu for desta para melhor, a minha filha vai ser educada pelo melhor dos pais. O pai da minha filha é essa pessoa. O melhor pai do mundo. Tem defeitos, como qualquer pessoa. Por acaso agora não me lembro de nenhum. Ah! É destrambelhado, como eu. E rezingão, durante a noite.
O pai da minha filha sabe fazer tudo: dar-lhe banho, fazer-lhe o jantar, adormecê-la, trocar-lhe fraldas, brincar com ela, fazê-la rir, conversar com ela, dar-lhe beijos, abraços. O pai da minha filha fala dela quando ela não está. O pai da minha filha preocupa-se com o futuro dela e quer educá-la para ser uma adulta trabalhadora, confiante e feliz. O pai da minha filha mete a cabeça dentro de água na hora do banho para a ver rir às gargalhadas. O pai da minha filha faz cucu de manhã com os lençóis, fingindo não ter sono. O pai da minha filha vai pô-la à escola e vai buscá-la e trata dela tão bem quanto eu. O pai da minha filha canta-lhe e inventa histórias parvas para a distrair do choro na hora de mudar a fralda. O pai da minha filha corre atrás dela para um ataque de cócegas. O pai da minha filha é um pai babado, presente, que delira quando ela chama por ele. 
Quando ele chega a casa e pousa as chaves, ela sabe logo que é o pai. Estica os braços assim que o vê e sorri-lhe com os dentinhos todos. Às vezes chama-lhe mamã. E não falha muito. O pai da minha filha é mamã. E ela gosta de ficar debaixo das saias do pai.





3.10.2015

O meu homem usou tanga fio-dental mas é muito macho

David - Digam-me lá se os papás aí em casa não estão com as costas feitas num oito de pegar no pequeno diabrete ao colo? Eu falo por mim, tenho as costas com mais nós que uma corda de marinheiro. Não sou muito de ir receber massagens, mas...

Joana - Nem de dar, mas adiante...

David - ... mas confesso que adorei a ideia e se é à borla melhor ainda, sou tuga e gosto que me ofereçam coisas. O RitualSpa ofereceu-me uma massagem Gin&Tonic num dos hotéis de luxo em que a marca opera e...

Joana - ... E tu ainda vais agradecer como deve ser aqui à tua mulherzinha por ter conseguido que fosse o menino a levar uma massagem enquanto ela ficou a anhar. Anhar não, que aproveitei para passear com a filha no hotel e sentir que até estava lá hospedada.



David - Vês, escolhi bem o hotel e o dia, que estava um sol do caraças, não te queixes. Escolhi o Onyria Marinha Edition Hotel & Thalasso na Quinta da Marinha, em Cascais, porque tenho o gosto masoquista de ver quão bem vivem os ricos. Fui sem saber bem ao que ia mas à chegada fiquei logo maravilhado com o hotel e com a simpatia das pessoas que me receberam no Spa.

Joana - Viu-se bem que gostaste porque nunca mais te vinhas embora. E tenho aqui as provas, qual paparazzi.




Joana - Mas vá, chega lá à parte da tanguinha, para eu me rir.

David - Então, levei o meu fato de banho e chinelos como pedido, mas no início da massagem foi me dito que tinha uma tanga descartável para colocar. Com esta é que eu não estava a contar. Qual foi a minha sorte? Tinha a depilação feita!

Joana - David, vá, ninguém quer pormenores desses, pelo amor de Deus! A massagem...

David - A massagem consiste em estar deitadinho a levar com jactos de água, coisa que a minha adorada mulher não me explicou e a minha primeira preocupação foi a de que provavelmente ainda não tinha a digestão feita dos quilos de sushi que comi ao almoço. Mas a massagem não é só isso, calma, enquanto levamos com os agradáveis jactos de água recebemos uma bela massagem corporal que nos faz levitar e esquecer que estamos com trajes muito reduzidos.

Joana - E perguntam vocês, moças bem casadas, então mas se a massagista está a massajar com água à mistura é tipo miss t-shirt molhada ou está em bikini? Não, aí o Spa está do nosso lado e as massagistas estão com uma espécie de fato de mergulho, todas tapadinhas, que o respeito é muito bonito. Pelo menos, foi o que o David me vendeu...

David - E é verdade. O que é que estás a fazer em topless, Joana?

Joana - Vá, massagem para compensar, se faz favor.

David e Joana, qual Broa de Mel ou Sonny & Cher

2.16.2015

O pai também sabe (#01) - César Mourão

O César Mourão é um dos grandes. Ator e mestre no improviso, mas também apresentador, cantor: não há nadinha que ele faça que não saia bem feito. Até a filha. (Juro que ele não me subornou para dizer estas coisas nem eu ganho nadinha, até porque a entrevista já está feita. Hehe) 
O a Mãe é que sabe abre agora espaço aos pais e quer respostas rápidas a perguntas rápidas. Até porque eles não têm pachorra para falar sobre cocós e coisas que tais mais de 5 segundos seguidos. Vamos a isso!


1) primeira coisa que disseste quando soubeste que ias ser pai: "f*«4-se!", "a sério?", "e agora?" ou "que bom!"?
Acho que disse todas mas pela ordem inversa!

2) última coisa de que te despediste antes de ser pai
Do meu coração, passou a ser dela e a bater-me fora do peito


3) primeira coisa que disseste quando a Mariana nasceu

Perguntei à mãe se estava bem e disse-lhe que a Mariana era linda

4) trocaste muitas fraldas? Com mola no nariz ou sem?
Muitas e sem mola ;) mas sempre em pânico de a magoar

5) melhor coisa que a tua filha já te disse
Que me ama


6) e a pior coisa que já sentiste enquanto pai
Qualquer doença da Mariana

7) és bom pai em quê? (não vale dizer em tudo!)
Acho que sou bom pai na logística do dia a dia e no companheirismo com ela

8) em 2025, um marmanjo está à porta para sair com a tua filha. O que é que lhe dizes?
Ela não está, emigrou ;)


9) maior medo (que ela seja do Benfica?)
Que não seja inteligente (acabo por responder)

10) coisa mais irritante que os pais fazem
Tratar os filhos com demasiada infantilidade


11) o que juraste que nunca farias enquanto pai que afinal até fazes
Ir imediatamente acudir em pânico depois de uma simples queda

12) a mãe é que sabe? (muito cuidadinho...)
A mãe é que sente

Obrigada!